'' 7 Chaves para o Mundo '' {capítulo I}

on segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ao abrir o envelope de Alex, Afonso começou a ler, ali estavam a vida de um amigo que não via por muito tempo porém que tinha grande admiração, de repente parou e pensou em não ler mais, achava falta de respeito, porem o falecido deixava bem claro que era para Afonso ler o que tinha naquele envelope.Assim sem mais devaneios começou a ler.

“As idéias parecem voar mas escrever que é bom nada, pensamentos, tudo ao mesmo tempo, sobre tudo e sobre nada, nada de concreto e coeso, coesão, tá ai ,talvez a coesão não faça parte do que ajamos que é, talvez a coesão só exista na gramática.

O exemplo disso foi naquela noite, fazia uma linda lua quando a vi pela primeira vez seus cachos ‘’roux’’pareciam brilhar com os refletores e seu olhar, ah seu olhar, nunca me esquecerei dele, olhos cintilantes e suaves, sedutores como em livros e novelas, não era alta, mas sua postura não deixava reparar nesse pequeno detalhe, seu sorriso era meigo, me lembrava alguém, alguém que já tivesse conhecido e gostado mas não lembrava quem, só lembrava que adorava, talvez esteja exagerando porém isso só me veio a mente depois que conversei com ela, era diferente das outras, sabia tudo que eu falava, se gesticulava de forma impecável, e assim nos conhecemos.

Depois as conversas foram aprimorando e achava que ela também começava a gostar de mim tanto quanto eu gostava dela, porém parece que o destino ou Deus sei lá não queria a nossa união se concretizasse e encontros se tornaram desencontros.Seu pequeno interesse por mim desapareceu, e em meio disso eu acabei sendo esquecido, agora meu coração estava desiludido e não podia mas contar com a futura amada, ela foi tudo para mim e eu não fui nada para ela.

Depois de tempos reencontrei-a e seu olhar não era o mesmo era um olhar de querer não me ver e de me ignorar afinal eu não existia mais para ela, um olhar como se nunca tivéssemos falado, um corte na minha alma que sentiu que nem amigos poderíamos ser, depois que percebi que ela não queria me ver a unica coisa que queria é que pelo menos voltássemos a conversar, adorava as conversas com ela.Uma troca de idéias que não tinha com ninguém, porém agora para ela eu não existia não por opção mas por conveniência do destino e decisão do melhor para si.

Para esquecê-la decidi ir a França e lá começar uma nova vida, oh Paris cidade luz como és agitada e movimentada, ao chegar sem rumo por lá encontrei uma pensão muito hospitaleira se chamava ‘’ Pension de la Melissa’’ como o nome sugere a pensão era de uma velha senhora que se chamava Melissa, a senhora me mostrou o quarto e acertamos logo o primeiro aluguel, a senhora como toda França passava por dificuldades financeiras, o quarto não era lá o melhor mas dava para passar as noites, a pensão de um modo geral não era lá das melhores apesar da hospitalidade dela.

Lá viviam 10 pessoas no total, a senhora dona da pensão, o casal Tourage e a sua pequena filha Madelene, o carrancudo Sebastian, os irmãos Goethe, o misterioso Vontage e a belíssima Aline Rouse, cabelos loiros e extremamente lisos, com olhos tão azuis que o céu ficaria com inveja.Foi assim que pude a defini-la pela primeira que a vi, seus gestos de falar me lembravam por aquela que me fez mudar de vida, seria um ‘’dejavu’’? Provavelmente não, acho que era apenas coincidência, de qualquer forma logo comecei a conversar com aquela bela moça, logo me contou por que ali estava, seus pais haviam morrido há pouco tempo e com a herança que herdara resolvera mudar a Paris para tentar uma nova vida, estava a construir uma casa para si, ficava na pensão ate terminá-la, me confessou alguns amores ao perguntar sobre sua situação conjugal, afinal não era comum uma moça tão estonteante naquela situação, dentro desse assunto ela me mostrou sua revolta com a sociedade que a difamava por não ter marido, achava aquilo um absurdo, mesmo assim me disse que pretendia arranjar alguém logo só esperava a pessoa certa.

Tenho que confessar que neste momento meu olhar mudou e meus olhos encontram os olhos dela rapidamente, porém aquela nossa troca de olhares foi interrompida pela senhora Melissa que nos chamávamos para o jantar(...)”.

Batidas na porta fazem interromper Afonso a leitura da carta de seu amigo Alex, ao atender a porta lá estava Gerard como uma cara de desesperado... {continua no próximo post}

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